terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Resenha: Depois daquela viagem
Titulo: Depois daquela viagem
Autora: Valéria Piassa Polizzi
Editora: Ática
Sinopse: No tom coloquial próprios dos jovens, Valéria relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre "ficar" e namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante do vestibular e muitas coisas que atormentam qualquer adolescente. Tudo isso seria perfeitamente natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu AIDS aos 16 anos porque, segundo ela mesma, "transei sem camisinha".
Neste livro ela mostra como, de repente, por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com seus sentimentos.
Terminada a leitura, fica clara sua resolução de preservar sua condição de ser humano a todo custo, ao mesmo tempo que se esforça para humanizar a todos os que cruzam seu caminho.
Depois daquela viagem é um livro triste e alegre, tocante e verdadeiro, um testemunho da coragem e da determinação de levar adiante a vida, apesar da AIDS.
Quando você começa a ler, pensa que Valéria é só mais uma garota querendo contar suas aventuras de adolescência e fazer drama com a doença, porem , conforme vai lendo, uma afeição por ela vai aparecendo. Ainda mais que Val - como gosta de ser chamada - escreve de um jeito envolvente, que te faz pensar que ela está ao seu lado, contando tudo.
Aliás, esta história acontece mesmo e foi no Brasil. Sim, finalmente uma história real em nosso país!
Agora vamos a ela:
Valéria aos 15 anos fora viajar de navio com seu pai e sua irmão, 3 anos mais nova. (Seus pais eram separados). Lá ela conheceu um rapaz e ficaram muito amigos.
Papinho vai, papinho vei e adivinhem quem fica apaixonada? Quem disse Valéria acertou. Após aceitar o pedido de namoro eles começam a namorar.
Poderia ser uma história de amor linda, isso claro, se ele que era 10 anos mais velho, não viesse com o papo de "já ta na hora de transar. Que são 6 meses de namoro e que ele não era mais moleque." Ela novinha de tudo, com medo de perder o "amor" do namorado topa.
Com o tempo acontece uns babados fortes, (que se você quiser saber, compre o livro rsrs), até que um ano depois ela livra dele.
Até aí tudo bem. Ela vai contando mais um pouco como é a vida dela, até que aos 18 anos, sente uma dor no esôfago e como todos já sabem, veio aquela bateria de exames que te deixa louco.
E foi aí que descobriu o que mais temia: estava com HIV/AIDS.
O pior de tudo é que era nos anos 80. Onde tinham acabado de descobrir a doença. Informações sobre ela, eram quase nenhuma e o principal: o grande preconceito!
Não que hoje em dia tenha sumido, mas na época era pior, pois achavam que só gays e prostitutas pegavam (claro que temos o "privilégio" de ainda ter esses imbecis em nossas vidas).
Após o choque inicial, (tanto dela, dos pais e do médico) , os mil e um tipos de exames começaram a serem feitos.
Tipo, se para gente já é um saco fazer exames, imaginem só para os que tem doenças graves e não estou falando só da AIDS. Então deveria estar sendo um inferno para ela, mas mesmo assim Val tentou levar numa boa.
Fez vários cursos: inglês, teatro, comunicação, jornalismo,... só não aceitava tomar AZT. Um remédio para prolongar o máximo possível a vida até acharem uma droga mais eficiente ou quem sabe a cura.
Nossa vontade ao ler a recusa dela, é de brigar, xingar, gritar ou quem sabe de bater em Valéria, só para ver se começava a tomar a porcaria do remédio.
Só nos esquecemos de um detalhe... E os sentimentos dela? Será que já paramos para pensar sobre o que se passa na cabeça dos portadores de HIV? E o motivo por tais pensamentos?
Eu fiz isso após a leitura e digo que, se estivesse no lugar deles, faria igual. Teria os mesmos pensamentos.
Bom, de resto só lendo para saber! Já soltei muito spolier do libro. Querem saber mais? Como os amigos e o resto de seus familiares reagiram? É só lerem o livro, pois recomendo e muito.
Como podem ver eu amei esse livro. Tipo, não comprei e nem era meu, o descobri na casa da minha irmã, que aliás, era da vizinha dela que emprestou para outra irmã minha (sim, eu sei, confuso). Comecei a ler só por ler, no fim, tive que pedir emprestado pra poder ler em casa rsrsrs...
Então pessoas, leiam ele, pois é bom demais e Valéria acaba nos ensinando a como evitar a doença e ensina a quem a tem, a como viver uma vida normal, sem preocupações.
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